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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

PROJETO: BLOG COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA


O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/UERN, através do Subprojeto ‘Ler para retextualizar: interagindo com as linguagens’, do Departamento de Letras Vernáculas – DLV, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, oportunizará o contato da comunidade escolar, especialmente os discentes dos 3ºs anos do Ensino Médio regular e EJA (Educação de Jovens e Adultos), dos turnos matutino e noturno da escola-campo, a saber: Escola Estadual Profª “Maria Edilma de Freitas”, da cidade de Pau dos Ferros, do Estado do Rio Grande do Norte, o acesso ao suporte textual Blog como ferramenta didático-pedagógico, intitulado de “Diálogos & Textos”, já que acreditamos ser fundamental à comunicação, à interação e produção escritas por parte dos discentes locais.
Nesse sentido, o este suporte textual: o blog como ferramenta pedagógica, possibilitará a interlocução entre os sujeitos aprendizes da escola-campo já referenciada, através da exploração e/ou produção dos diversos gêneros textuais - discursivos, que serão lidos e/ou produzidos pelos alunos durante as aulas de Língua Portuguesa da instituição in loco, concomitantemente à execução do projeto didático-pedagógico: blog como mediador do processo de ensino-aprendizagem.
Para tanto, as produções serão previamente lidas/socializadas pelo professor e alunos bolsistas, para que possamos coletivamente/interativamente selecionar, corrigir, retextualizar, de maneira que tais textos atendam aos objetivos propósitos, que será a modalidade culta da língua portuguesa, para que se possamos postar os textos dos discentes, de maneira que todos tenham acesso a esse universo textual/discursivo, através de sua leitura, do comentário, da rextualização, bem com dos compartilhamentos de tais gêneros.
Com efeito, serão oportunidades ímpares de aprendizagens entre a equipe pibidiana do supracitado subprojeto com o habitat escolar, através da exploração, socialização, postagens de textos: verbais, não verbais e mistos, bem como, a interação entre os interlocutores virtuais, haja vista que esse suporte textual, tem se caracterizado como uma ferramenta essencial para que os limites físicos das salas de aula sejam rompidos com novas possibilidades de linguagens, que novos sentidos sejam obtidos através das interlocuções, “enunciações dos alocutários” (BAKHTIN, 1995).
Assim sendo, desencadearão novas estratégias didático-pedagógicas voltadas à melhoria do ensino de Língua Portuguesa através da leitura, da escrita, da produção textual, sendo estas consubstanciadas nas teorias modernas na linguagem, principalmente tendo na enunciação e/ou interação entre os sujeitos, o ponto de partida desse projeto.
Portanto, este projeto didático-pedagógico trará novas possibilidades de leitura e de escrita “não silenciadas” (MUSSALIN, 2005), haja vista a produção e/ou circulação de textos, serão mediante o suporte virtual o blog: Diálogos & textos, logo, desencadearão novas retextualizações, senão também publicações de novos textos por parte dos alunos, bem como possibilidades plurais de leitura e de escrita, voltadas as sua efetivação e interação.






POSTADO POR: Christiane Mendes, Cristiane Lins, Francisco Elieudes e José Adalberto.


domingo, 18 de agosto de 2013

O que ensinar em Língua Portuguesa


O que ensinar em Língua Portuguesa

O ensino atual da disciplina foca a prática no dia a dia e mescla atividades de fala, leitura e produção de textos desde cedo

Beatriz Santomauro (bsantomauro@fvc.org.br)

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Fotos: Gustavo Lourenção e Cacá Bratke
PRODUÇÃO E REFLEXÃO (à esq.)  Nas situações práticas da análise e construção de textos, os estudantes sistematizam regras. LEITURA DIÁRIA (à dir.)  Ao ler gêneros e autores diversos, a turma passa a reconhecer as características das obras
Até os anos 1970, o processo de aprendizagem da Língua Portuguesa era comparado a um foguete em dois estágios, como bem pontuam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). O primeiro ia até a criança ser alfabetizada, aprendendo o sistema de escrita. Já o seguinte começaria quando ela tivesse o domínio básico dessa habilidade e seria convidada a produzir textos, notar as normas gramaticais e ler produções clássicas.

A partir dos anos 1980, o ensino não é mais visto como uma sucessão de etapas, e sim um processo contínuo. "O aluno precisa entrar em contato com dificuldades progressivas do conteúdo. Desse modo, desenvolve competências e habilidades diferentes ao longo dos anos", diz Maria Teresa Tedesco, professora do Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
As situações didáticas essenciais para o Ensino Fundamental passaram a ser: ler e ouvir a leitura do docente, escrever, produzir textos oralmente para um educador escriba (quando o aluno ainda não compreende o sistema) e fazer atividades para desenvolver a linguagem oral, além de enfrentar situações de análise e reflexão sobre a língua e a sistematização de suas características e normas.

Essa nova concepção apresentava inúmeras diferenças em relação a perspectivas anteriores. Desde o século 19 até meados do 20, a linguagem era tida como uma expressão do pensamento. Ler e escrever bem eram uma consequência do pensar e as propostas dos professores se baseavam na discussão sobre as características descritivas e normativas da língua. "O objeto de ensino não precisava ser a linguagem", explica Kátia Lomba Bräkling, coautora dos PCNs e professora do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, em São Paulo.
Os primeiros anos da disciplina deveriam garantir a aprendizagem da escrita, considerada um código de transcrição da fala. Dois tipos de método de alfabetização reinaram por anos: os sintéticos e os analíticos. Os primeiros começavam da parte e iam para o todo, mostrando pequenas partes das palavras, como as letras e as sílabas, para, então, formar sentenças. Compõem o grupo os métodos alfabético, fônico e silábico.
Já os analíticos propunham começar no sentido oposto, o que garantiria uma visão mais ampliada do aluno sobre aquilo que estava no papel, facilitando o seu entendimento. Pelo modelo, o ensino partia das frases e palavras, decompostas em sílabas ou letras. "Nesses métodos, o essencial era o treinamento da capacidade de identificar, suprimir, agregar ou comparar fonemas. Feito isso, estaria formado um leitor", explica Maria do Rosário Longo Mortatti, coordenadora do grupo de pesquisa em História do Ensino de Língua e Literatura no Brasil, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no campus de Marília.

Aqueles que já dominavam essa primeira etapa de aprendizagem passavam para a seguinte. Na escrita, os alunos deveriam reproduzir modelos de textos consagrados da literatura e caprichar no desenho do formato das letras. Para fazer uma leitura de qualidade, o estudante tinha como tarefa compreender o que o autor quis dizer - sem interpretar ou encontrar outros sentidos.
As aulas focavam os aspectos normativos e descritivos da língua e textos não literários - como o acadêmico e o jornalístico - não eram estudados. "O coloquial ou informal eram considerados inadequados para ser trabalhados em sala de aula", explica Egon de Oliveira Rangel, professor do Departamento de Linguística da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
Postado por Clébison Lopes

PROJETO JORNAL ESCOLAR


O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência de Letras Português está desenvolvendo junto à escola campo, projetos que possibilitem o melhoramento do desempenho dos alunos na sala de aula através do contato com gêneros textuais diversificados.
O projeto Jornal Escolar tenta resgatar o interesse pela leitura do jornal impresso e a produção do mesmo, uma vez que, com a chegada dos novos recursos tecnológicos essa prática tem se tornado menos comum, nessa perspectiva, com o intuito de se adequar ao contexto do aluno e trabalhar oralidade e escrita, produziremos também um jornal televisivo.
Com o apogeu das novas tecnologias, a internet, o celular, o tablet tem se tornado cada vez menos recorrente uma prática que nunca foi tão comum entre os jovens: ler e/ou assistir jornal. Com a chegada desses novos recursos não é uma fácil fazer com que esse público se interesse pela leitura de jornais, mas é inegável a influência que ele exerce na formação de leitores habituais e cidadãos bem informados. Para a maioria das pessoas conectar-se ao mundo pressupões conectar-se à internet, ler jornais, revistas, boletins informativos e assistir telejornais. Por outro lado, não estar atento a esse tipo de informação significa estar omisso ao que acontece ao nosso redor, o que implica exclusão social, estar inapto a dialogar com as pessoas, expressar suas opiniões, isto é, se impor enquanto cidadão na sociedade.
É preciso portanto, não encarar a evolução tecnológica como um recurso negativo para a leitura de textos jornalísticos, muito pelo contrário, é preciso reconhecer que o jornal acompanha essa modernização, o que precisa ser feito é educar nesse sentido, inclusive porque o usuário de internet tem em suas mãos o recurso mais rápido para se obter informação em decorrência da rapidez com que um conteúdo é veiculado nesse meio. 

Gostou do projeto? Faça download aqui e visualize a versão completa. 

Postado por Clébison Lopes




sexta-feira, 16 de agosto de 2013

PORTUGUÊS OU BRASILEIRO? NÃO EIS A QUESTÃO

Bagno
Por: Marcos Bagno

         O ato social, cultural e político de nomear uma língua é um processo muito mais complexo e conflituoso do que a maioria das pessoas imagina. Antes de tudo, justamente por ser um ato político, ele escapa alegremente do domínio restrito dos especialistas em linguística e exige uma abordagem sócio-histórica bem embasada. E quando aplicamos essa abordagem às diferentes situações sociolinguísticas do mundo, encontramos, no mínimo, duas tipologias bem distintas: (1) línguas iguais com nomes diferentes e (2) línguas diferentes com nomes iguais.

          Para ilustrar o tipo (1), vamos examinar o caso do híndi e do urdu. O urdu é a língua oficial do Paquistão. Como língua falada, o urdu é praticamente indistinguível do híndi, língua oficial mais importante da Índia. A diferença entre as duas línguas está no fato de que o urdu é utilizado como língua escrita por falantes muçulmanos e se escreve numa forma ligeiramente adaptada do alfabeto persa que, por sua vez, é uma variante do alfabeto árabe. O híndi, por sua vez, se escreve no alfabeto devanágari, originalmente empregado para o sânscrito, e é utilizado pelos falantes de religião hindu. A rivalidade histórica entre Paquistão e Índia, que gerou guerras sanguinárias entre os dois países, junto com a divisão religiosa, é o que explica a atribuição de nomes diferentes a um único sistema linguístico.

          A situação das línguas da Índia e do Paquistão se reproduz em certa medida na antiga Iugoslávia. Depois da sangrenta divisão da antiga confederação socialista em diferentes pequenos Estados independentes, a língua que sempre se chamou servo-croata recebeu três nomes distintos: sérvio, croata e bósnio. As diferenças entre o sérvio e o croata sempre se restingiram à escrita: os croatas, católicos romanos, empregam o alfabeto latino; os sérvios, católicos ortodoxos, empregam o alfabeto cirílico; os bósnios, muçulmanos, empregam tanto o alfabeto latino quanto o cirílico. Com a criação dos Estados independentes da Croácia e da Bósnia, a língua, que para os linguistas é um sistema único com variedades locais que não impedem a intercompreensão dos falantes, passou a ser designada com nomes distintos, nomes de países, de nações.

          A situação se inverte no tipo (2) e fica clara quando analisamos o caso da chamada “língua árabe”. Por razões de natureza religiosa, o que os falantes de “árabe” chamam de “árabe” é a língua na forma como ela se encontrava quando o profeta Maomé redigiu o livro sagrado do Islã, o Corão, no século VII. Essa língua, também chamada de “árabe clássico”, é uma língua morta, não é falada por ninguém como idioma materno, está restrita à literatura religiosa. Nos diferentes países chamados “árabes”, existem formas de falar tão diferentes entre si quanto, por exemplo, o português e o italiano, sem possibilidades de intercompreensão entre seus falantes, e não poderia ser de outra maneira. É uma ilusão ideológica achar que num território imenso, que vai do extremo ocidental da África até a fronteira do Iraque com o Irã, passando por todo o Oriente Médio, se fala uma só e única “língua árabe”.

        No entanto, essa ilusão ideológica é sustentada pela própria cultura “árabe” tradicional, já que na maioria dos 22 países “árabes” o sistema educacional se dedica exclusivamente ao ensino do “árabe clássico” e de sua forma mais modernizada, o “árabe-padrão”, enquanto que os chamados “dialetos” particulares falados nos diferentes países não recebem apoio institucional nem são valorizados, embora sejam as verdadeiras línguas maternas nacionais. É inconcebível que 300 milhões de pessoas, distribuídas por um território tão dilatado, falem uma mesma e única língua “árabe”.

         O caso do português também entra nessa segunda situação, ou seja, línguas diferentes do ponto de vista estrutural e dos usos (fonológico, morfossintático, semântico, pragmático etc.), mas que recebem o mesmo nome. Já sabemos que o nome das línguas não depende das opiniões dos especialistas. No caso do Brasil, ocorreu, na década de 1930, uma tentativa de designar a nossa língua majoritária como “brasileiro”, mas o projeto de lei que previa essa designação se afogou no meio do turbilhão político que acabou por instituir o Estado Novo e a ditadura de Getúlio Vargas.

         Uma análise racional pode partir da seguinte pergunta: por que, 500 anos depois do desmoronamento do Império Romano, a bibliografia especializada já reconhece a existência de “línguas” como o francês, o castelhano e o português, mas não reconhece, 500 anos depois da expansão marítima portuguesa, a existência de diversas “línguas” derivadas do português quinhentista? Por que a mesma porção de tempo vale para uma classificação (línguas românicas: francês, espanhol, português etc.) mas não vale para outra (“variedades” do português)?

       As pesquisas linguísticas empreendidas no Brasil têm demonstrado amplamente que o português europeu e o português brasileiro já são duas línguas diferentes, tanto do ponto de vista estrutural (fonológico, morfossintático, semântico), quanto do ponto de vista pragmático, discursivo etc. Seja qual for o nome que se dê a cada uma dessas línguas, o importante é reconhecer sua diferença e, principalmente, reconhecer que o português brasileiro é uma língua plena, autônoma, um sistema linguístico perfeitamente regrado e que nada tem de inferior a língua nenhuma do mundo, muito menos ao português europeu. Pelo contrário, o português brasileiro apresenta características únicas, que atraem a atenção dos linguistas estrangeiros, intrigados com esses fenômenos estruturais que isolam a nossa língua dentro do conjunto geral das línguas românicas.

       A designação da nossa língua como português ou brasileiro depende única e exclusivamente de continuarmos ou não amedrontados por um fantasma colonial que teima em assustar ideologicamente aqueles que ainda consideram o povo brasileiro uma “mistura de raças” e, por isso, um povo incapaz de ter sua língua própria.

Por: Sueilton Junior Braz de Lima

domingo, 11 de agosto de 2013

O CONDE E O PASSARINHO – RUBEM BRAGA
   Acontece que o Conde Matarazzo estava passeando pelo parque. O Conde Matarazzo é um Conde muito velho, que tem muitas fábricas. Tem também muitas honras. Uma delas consiste em uma preciosa medalhinha de ouro que o Conde exibia à lapela, amarrada a uma fitinha. Era uma condecoração (sem trocadilho).
   Ora, aconteceu também um passarinho. No parque havia um passarinho. E esses dois personagens - o Conde e o passarinho - foram os únicos da singular história narrada pelo Diário de São Paulo.
Devo confessar preliminarmente que entre um Conde e um passarinho, prefiro um passarinho. Torço pelo passarinho. Não é por nada. Nem sei mesmo explicar essa preferência. Afinal de contas, um passarinho canta e voa. O Conde não sabe gorjear nem voar. O Conde gorjeia com apitos de usinas, barulheiras enormes, de fábricas espalhadas pelo Brasil, vozes dos operários, dos teares, das máquinas de aço e de carne que trabalham para o Conde. O Conde gorjeia com o dinheiro que entra e sai de seus cofres, o Conde é um industrial, e o Conde é Conde porque é industrial. O passarinho não é industrial, não é Conde, não tem fábricas. Tem um ninho, sabe cantar, sabe voar, é apenas um passarinho e isso é gentil, ser um passarinho.
    Eu quisera ser um passarinho. Não, um passarinho, não. Uma ave maior, mais triste. Eu quisera ser um urubu.
   Entretanto, eu não quisera ser Conde. A minha vida sempre foi orientada pelo fato de eu não pretender ser Conde. Não amo os Condes. Também não amo os industriais. Que eu amo? Pierina e pouco mais. Pierina e a vida, duas coisas que se confundem hoje, e amanhã mais se confundirão na morte. Entendo por vida o fato de um homem viver fumando nos três primeiros bancos e falando ao motorneiro. Ainda ontem ou anteontem assim escrevi. O essencial é falar ao motorneiro. O povo deve falar ao motorneiro. Se o motorneiro se fizer de surdo, o povo deve puxar a aba do paletó do motorneiro. Em geral, nessas circunstâncias, o motorneiro dá um coice. Então o povo deve agarrar o motorneiro, apoderar-se da manivela, colocar o bonde a nove pontos, cortar o motorneiro em pedacinhos e comê-lo com farofa.
   Quando eu era calouro de Direito, aconteceu que uma turma de calouros assaltou um bonde. Foi um assalto imortal. Marcamos no relógio quanto nos deu na cabeça, e declaramos que a passagem era grátis. O motorneiro e o condutor perderam, rápida e violentamente, o exercício de suas funções. Perderam também os bonés. Os bonés eram os símbolos do poder. Desde aquele momento perdi o respeito por todos os motorneiros e condutores. Aquilo foi apenas uma boa molecagem. Paciência. A vida também é uma imensa molecagem. Molecagem podre. Quando poderás ser um urubu, meu velho Rubem?
   Mas voltemos ao Conde e ao passarinho. Ora, o Conde estava passeando e veio o passarinho. O Conde desejou ser que nem o seu patrício, o outro Francisco, o Francisco da Umbria, para conversar com o passarinho. Mas não era aquele, o São Francisco de Assis, era apenas o Conde Francisco Matarazzo. Porém, ficou encantado ao reparar que o passarinho voava para ele. O Conde ergueu as mãos, feito uma criança, feito um santo. Mas não eram mãos de criança nem de santo, eram mãos de Conde industrial. O passarinho desviou e se dirigiu firme para o peito do Conde. Ia bicar seu coração? Não, ele não era um bicho grande de bico forte, não era, por exemplo, um urubu, era apenas um passarinho. Bicou a fitinha, puxou, saiu voando com a fitinha e com a medalha.
   O Conde ficou muito aborrecido, achou muita graça. Ora essa! Que passarinho mais esquisito!Isso foi o que o Diário de São Paulo contou. O passarinho, a esta hora assim, está voando, com a medalhinha no bico. Em que peito a colocareis, irmão passarinho? Voai, voai, voai por entre as chaminés do Conde, varando as fábricas do Conde, sobre as máquinas de carne que trabalham.

Postado por: Maria Daiane Peixoto

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

CORDEL O professor sempre está errado Dizem que o professor Sempre, sempre está errado Quando ele é muito jovem É bastante criticado Falta-lhe a experiência Por muitos é desprezado. Quando ele está velho Já ficou ultrapassado Quando não tem automóvel É chamado de coitado Quando tem, “barriga cheia” Pelos outros é tachado. Se ele fala em voz alta É porque vive gritando Se fala em tom normal Ninguém tá o escutando E essa bela profissão Se transforma em desengano. Se não falta ao colégio De “Caxias” é chamado Quando precisa faltar De “turista” é nomeado Na vida, o professor Sempre é observado. Quando ele está conversando Com os outros professores Está “malhando” o aluno É um dos seus traidores Não conversa, é desligado Orgulhoso, sem valores. Se ele dá muita matéria Não tem dó do estudante Quando dá pouca matéria Não prepara, é um farsante E a vida do professor Fica bastante estressante. Quando brinca com a turma É metido a engraçado Se não brinca é ruim É cara-de-pau, é chato Por isso, o professor Sempre, sempre, está errado. Se ele chama à atenção É ignorante ou grosso Não chama à atenção Não se impõe, tem medo, é frouxo E a vida do professor Torna-se um grande alvoroço. Se faz uma prova longa Não dá tempo responder Se a prova é muito curta Tira as chances de aprender E a cabeça do educando Ninguém consegue entender. Quando ele escreve muito A matéria não explica Se explica muito, o aluno Não escreve, não pratica O caderno não tem nada Alguém logo o critica. Falando corretamente Ninguém lhe entende nada Fala a língua do aluno Sua fala é rejeitada Pois não tem vocabulário Sua aula é desprezada. Quando faz um elogio Está sendo debochado Se não elogia é rude Descortês ou desastrado Quando exige é birrento Teimoso, mal-humorado. Para o pai do seu aluno Quando o filho é aprovado É gênio, é competente Seu valor é declamado Mas se não passar de ano O professor é culpado. O aluno é reprovado Foi uma perseguição O aluno é aprovado “Deu mole” é um bobão E assim o professor Segue a sua profissão. Desse jeito o professor Está sempre, sempre errado Mas se você conseguiu Lê o que aqui foi contado Agradeça a seu mestre Ele deve ser honrado. Ser professor é paixão Amor e dedicação É ser do aluno um pai Um amigo, um irmão Se você é professor Parabéns, pela missão. de Carlos Soares da Silva Cupira - PE - por correio eletrônico

Postado por Claudia Lucena.

Elaboração de mais um  projeto pedagógico a ser desenvolvido na Escola Estadual Profª Maria Edilma de Freitas, onde exploraremos o gênero crônica. Preparem-se!!!!





postado por Sheilla Viana ( bolsista pibidiana)

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Uma Escola Feliz

Uma escola feliz e perfeita
É o sonho de toda nação
Temos que priorizar
Uma boa educação.

Para se tornar real
Temos muito que lutar
Valorizar os professores
E
 auto nos valorizar.

Em uma escola tem que haver
Respeito, carinho e dedicação
Professores capacitados
E empenho da coordenação.

Um ponto
 fundamental
E um diálogo participativo
Discutindo a cidadania
Tornando os alunos cidadãos ativos.

Os pais têm que participar
Da vida escolar dos filhos
Têm que dar muitos conselhos
Para eles não sairem dos trilhos.

Os trilhos dos maus caminhos
 sempre quem vem ensiná-los
E os bons caminhos da vida,
Só os pais podem mostrá-los.

Pra melhorar a educação
Precisamos
 aprender
Que a melhor arte da vida
É a arte do saber.

Há também as desigualdades sócias
Em torno da educação
Pobre e preto no
 Brasil
Tem a sua limitação.

Para finalizar esses versos
Deixo um recado ao povão
Vamos todos abraçar com carinho
A causa da educação.


de Antonio Nunes Santana
Guanambi - BA - por correio eletrônico

Postado por Santana Soares


"Aos velhos e jovens professores, aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz. Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com a colheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"
Gabriel Chalita

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Conselhos para o Ensino

     [...] A escola sempre foi o mais importante meio de transferência da riqueza da tradição de uma geração para a seguinte. Hoje isto aplica-se ainda mais do que antigamente, porque, através do desenvolvimento moderno da vida econômica, o papel da família como entidade portadora da tradição e da educação tem enfraquecido. A continuidade e a saúde da sociedade humana estão, portanto, ainda mais dependentes da escola do que anteriormente.
    A influência educacional que é exercida sobre o aluno pela realização de um certo trabalho pode ser muito diferente, dependendo de o sentimento subjacente a este trabalho ser dor, paixão egoísta ou desejo de prazer e satisfação. E ninguém pode afirmar que a administração da escola e a atitude dos professores não têm influência no modo como moldam as bases psicológicas dos alunos.
    Quanto a mim, a pior coisa parece ser uma escola que trabalhe principalmente com métodos baseados no medo, na força e na autoridade artificial. Esse tratamento destrói os bons sentimentos, a sinceridade e a autoconfiança do aluno. Produz o sujeito submisso.
   O segundo motivo referido, a ambição, ou, em termos mais suaves, o desejo de reconhecimento e consideração, está firmemente associado à natureza humana. Na ausência de estímulo mental deste tipo, a cooperação humana seria completamente impossível; o desejo de aprovação por um colega é certamente uma das forças de coesão mais poderosas da sociedade. Neste complexo de sentimentos, as forças construtivas e destrutivas estão muito próximas. O desejo de aprovação e reconhecimento é um motivo saudável, mas o desejo de ser reconhecido como melhor, mais forte ou mais inteligente do que outra pessoa ou mais estudioso conduz facilmente a um estado psicológico excessivamente egoísta, que pode tornar-se prejudicial para o indivíduo e para a comunidade.
   Consequentemente, a escola e o professor devem abster-se de utilizarem o método fácil de incentivar a ambição individual por forma a levarem os seus alunos a trabalhar. Devemos abster-nos de incentivar nos jovens a luta pelo sucesso na forma usual como o principal objetivo de vida. O motivo mais importante para trabalhar na escola e na vida é o prazer no trabalho, o prazer nos seus resultados e o reconhecimento do valor do resultado para a comunidade. O importante é desenvolver a inclinação para a brincadeira própria das crianças e o desejo de reconhecimento também próprio das crianças e guiar a criança ao longo dos aspectos importantes para a sociedade. Tal escola exige que o professor seja uma espécie de artista na sua própria área.
    Ainda não disse nada até agora sobre a escolha dos assuntos a ensinar nem sobre o método de ensino. Deve predominar o ensino das línguas ou a educação técnica em ciência?
   A isto respondo: na minha opinião, tudo isso é de importância secundária. Se um jovem desenvolver os músculos e a preparação física fazendo ginástica e caminhando, estará mais tarde preparado para qualquer trabalho físico. Isto é igualmente verdade no caso do treino da mente e do exercício das habilidades mentais e manuais. Assim, o dito não está muito errado quando define a educação da seguinte forma: “Educação é o que fica quando esquecemos tudo o que aprendemos na escola!”

Albert Einstein, in 'Discurso (1936)'

Por: Maria Daiane Peixoto

A LÍNGUA, A MULHER E A PRESIDENTA


Circulou recentemente nas redes sociais um texto tipicamente purista e conservador, que reacendeu a falsa polêmica gramatical em torno do uso do substantivo feminino presidenta. A polêmica é falsa porque, sob o disfarce da gramática, o que está realmente em jogo é a reação de determinados setores da sociedade, do lado conservador do espectro ideológico, à ascensão ao cargo máximo do poder de uma mulher e, não só, de uma mulher vinculada a um projeto político que se identifica com as forças convencionalmente chamadas de esquerda. Muitos analistas políticos já disseram, em tom de ironia, que o Brasil é o único país do mundo em que as forças conservadoras da sociedade, a começar pelos grandes conglomerados de comunicação de massa, querem derrubar um ex-presidente... De fato, todas as manifestações de ataque conservador ao governo da presidenta Dilma Rousseff têm representado, ao fim e ao cabo, uma evidente tentativa de combater a inabalável popularidade do ex-presidente Lula e de criar alguma barreira a uma possível nova candidatura dele à presidência.

No entanto, vamos deixar de lado o que é estritamente político-partidário e nos concentrar no que é político-linguístico. Por que não digo apenas linguístico? Porque não existe língua fora de sociedade, e todas as relações sociais são relações inevitavelmente políticas — fazemos política o tempo todo, até mesmo (e talvez sobretudo) dentro de casa, nas nossas relações com @ espos@, com @s filh@s, com @s empregad@s e até mesmo com noss@s cachorr@s e gat@s. Sim, eu uso o símbolo @ para denunciar a falsa neutralidade do gênero gramatical masculino como forma “não marcada” — e isso é política linguística.

As pessoas que se valem do discurso do “amor à língua portuguesa” e da “defesa da língua” sempre fazem isso recorrendo a argumentos de autoridades como os “grandes escritores” (os chamados “clássicos da língua”) e, principalmente, os gramáticos e dicionaristas, tradicionalmente considerados como os maiores conhecedores da língua e, além disso, detentores de um poder (de origem jamais explicada) de delimitação do que “existe” e do que “não existe” no idioma, do que é “certo” e do que é “errado”. No entanto, quando se trata de impor seu próprio ponto de vista conservador, ess@s supost@s defensor@s da língua se colocam até mesmo acima e além dessas autoridades, atribuindo a si mesm@s ou a alguma entidade mítica, como “a índole do idioma” ou coisa assim, o poder de decisão sobre os destinos da língua.

Um exemplo muito eloquente dessa postura se encontra no Manual de redação e estilo do jornal O Estado de S. Paulo:


De a, de o, de ele, de aquele. Não se faz a contração da preposição com o artigo quando este é parte do sujeito, nem da preposição com o pronome se ele funciona como sujeito ou o determina. Assim, eis os exemplos corretos: Apesar de o (e não do) presidente ter dito a verdade, ninguém acreditou nele. / Depois de a (e não da) equipe ter sido escalada, ele pediu para jogar. / O fato de o consumidor ver-se obrigado a pagar mais... / Apesar de aqueles (e não daqueles) criminosos terem sido capturados... / […] Observação. Há gramáticos que aceitam essa contração; o Estado, porém, segue a norma da língua.



http://www.estadao.com.br/manualredacao/esclareca/d.shtm

O redator desse Manual, o falecido jornalista Eduardo Martins, se refere a uma nebulosa “norma da língua” (com artigo definido singular, “a norma da língua”, como se só existisse uma) como sustentadora de sua postura hiperprescritiva (observe o autoritarismo do discurso: “eis os exemplos corretos”) Ora, vamos contrastar agora essa prescrição com a argumentação de um gramático profissional, de postura político-ideológica e linguística notoriamente conservadora (grifo meu):

Está na hora da onça beber água,
construção normal que não tem repugnado os ouvidos dos que melhor conhecem e escrevem a língua portuguesa. Alguns gramáticos viram aí, entretanto, um solecismo, pelo fato de se reger de preposição um sujeito. Na realidade, não se trata de regência preposicional do sujeito, mas do contato de dois vocábulos que, por hábito e por eufonia, costumam vir incorporados na pronúncia. A lição dos bons autores nos manda aceitar ambas as construções, de a onça beber água e da onça beber água.



BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37a ed., Rio de Janeiro, Lucerna, 1999, p. 567-8.

Na exemplificação oferecida por Bechara figura ninguém menos do que Rui Barbosa, o mais renitente defensor, em sua época, de um português “castiço” e fantasma sempre invocado pelos que tentam preservar a ferro e fogo um estilo de escrita rebuscado e empolado (como se isso fosse sinônimo de escrever bem). Pois o sacrossanto Rui escreveu: “se, por exemplo, me concederem um monopólio do plantar couves, apesar das couves serem uma das espécies de legumes”.

No caso de presidenta, os que erguem a bandeira do “amor à língua” se esquecem (por decisão ideológica, consciente ou inconsciente, mas ideológica) de fazer uma consulta elementar, por exemplo, aos dicionários mais respeitados da língua portuguesa. Se assim fizessem, encontrariam o seguinte:


presidenta. s. f. || (fam.) mulher que preside; esposa de um presidente. F. Presidente.



CALDAS AULETE, F. J. Dicionário contemporâneo da língua portuguêsa. Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1881.

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presidenta. [Fem. de presidente.] S. f. 1. Mulher que preside. 2. Mulher de um presidente.



FERREIRA, Aurélio B. H. Novo dicionário da língua portuguêsa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.

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presidenta
substantivo feminino (1872)
1 mulher que exerce o cargo de presidente de uma instituição
    ‹ a p. da Academia de Letras ›
1.1 pol mulher que se elege para a presidência de um país
    ‹ a excelentíssima senhora p. do Brasil ›
2 mulher que preside (sessão, assembleia, reunião etc.)
    ‹ a p. da sessão do Congresso ›
3 p.us. a mulher de um presidente
Gramática e Uso: Mário Barreto foi contra o emprego da palavra presidenta nesta acp. 3 (Novos estudos)



HOUAISS, A. Dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Objetiva, 2001.

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Fiz questão de citar três dicionários famosos, publicados em três séculos diferentes, e em suas primeiras edições: o Caldas Aulete, do século XIX; o Aurélio, do século XX; e o Houaiss, do século XXI. Como se verifica facilmente, o termo presidenta vem sendo incluído pelos dicionaristas em suas obras lexicográficas há mais de 130 anos.

O verbete mais completo, o do Houaiss, traz entre parênteses o ano de 1872, que é a data da primeira ocorrência escrita da palavra. Ou seja, a palavra presidenta não representa absolutamente nenhuma novidade na língua, nem tampouco é uma idiossincrasia da presidenta Dilma Rousseff — a verdadeira novidade é, isso sim, e não me canso de repetir, uma mulher na Presidência da República.

Ainda sobre o Houaiss, o mais curioso é que, publicado em 2001, ele dá como exemplo de uso precisamente “a excelentíssima senhora presidenta do Brasil”, quando nem Lula tinha sido eleito e quando, sobretudo, nem imaginávamos que, dez anos depois, esse exemplo fictício do dicionário se aplicaria a um episódio real da nossa história.

Mas vale sempre a advertência: o recurso aos dicionários não autoriza nem desautoriza ninguém a dizer ou a não dizer o que quer que seja. Não é o dicionário que faz a língua: não é um simples livro, feito por seres humanos como outros quaisquer, falíveis portanto, que tem a última palavra sobre a língua. Qualquer dicionário, no minuto seguinte à sua publicação, já está ultrapassado: a língua não para, novos termos surgem a cada instante, outros tantos desaparecem do uso, novas acepções são atribuídas a palavras antigas, e assim vai, e vai longe. A língua não para porque a língua não existe: o que existe são seres humanos que falam línguas, seres humanos que, em sociedade, em inter-relações político-culturais-ideológicas-econômicas, falam línguas.

Defender o uso de presidenta é algo que podemos fazer sem recorrer a nenhum dicionário, mas simplesmente adotando uma postura político-ideológica progressista, que reconhece que a gramática existe para servir aos falantes da língua, e não ao contrário. Não somos escravos da gramática: ela é que depende de nós para existir.

Há 140 anos nenhum dicionário registrava doutora, engenheira, arquiteta, advogada, juíza, desembargadora, aviadora, pesquisadora, bispa, prefeita, vereadora, deputada, senadora, govenadora, ministra... simplesmente porque as mulheres, em sua condição multimilenarmente subjugada aos homens, não tinham acesso a nenhuma dessas profissões, a nenhum desses cargos políticos. O voto feminino no Brasil só foi regulamentado sob a ditadura de Getúlio Vargas, em 1932!

Ninguém precisa apoiar o governo de Dilma Rousseff para defender o uso da palavra presidenta. Esse uso representa, simplesmente, e independentemente de partidos políticos, uma conquista das mulheres brasileiras. Conquista que pode, deve e tem que ser registrada, também, nos dicionários e nas gramáticas.


MARCOS BAGNO - 05/08/2013 às 00:00


Por: Sueilton Junior Braz de Lima


sexta-feira, 2 de agosto de 2013












MOMENTOS ESPECIAIS NO LANÇAMENTO DO 1º LIVRO DO PIBID, OBRIGADA DEUS POR MAIS ESSA CONQUISTA EM NOSSAS VIDAS, E QUE ESSE SEJA APENAS O PRIMEIRO DE MUITOS LIVROS PIBIDIANOS QUE SERÃO CONSTRUÍDOS FUTURAMENTE.