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sexta-feira, 27 de julho de 2012



Tudo ilusão
Será que é um sonho?
Ou será realidade?
Onde foi que se escondeu
A minha felicidade?

Não sei como eu consigo,
Tanto disfarçar
Sempre estou com um sorriso
E finjo alegre esta.

Escondo minha tristeza
Ficando só pra mim,
Perguntando todos os dias
Se não vai ter fim.

Durmo tarde, pensando nele,
O que será que está fazendo?
Quanto mais eu sonho,
Mais vou o querendo.

Então, se for um sonho
Eu tenho que acordar,
Mas, se for realidade
Tenho é que lutar.


A decepção nos leva a refletir.

A concepção da vida é impressionante, especial e inexplicável. Em uma manhã iluminada tive a oportunidade de compreender sobre a vida e suas oportunidades.
  Era uma manhã essencial para aqueles que começam uma nova vida, para aqueles que não esperam o melhor emprego para começar a trabalhar, para aqueles que não deixam as lágrimas derramarem pela face, e principalmente para as pessoas que tomam como aprendizado, a terrível dor do arrependimento.
Em passos lentos caminhava ao encontro dos meus objetivos, quando uma conversa entre duas jovens chamou a minha atenção. Elas pareciam serem pessoas da classe média e aparentavam serem orgulhosas por terem alcançado suas metas. Enganei-me, pois a conversa entre as duas era justamente sobre as oportunidades que a vida tinha lhes oferecido.
Uma das jovens ao observar os estudantes a caminho da escola disse “Como eu era feliz, pena que quando percebi já era tarde demais.” A amiga respondeu confiante “- Muitas vezes o caminho que escolhemos para prosseguir contém obstáculos, mas como seres humanos não são capazes de destruir as barreiras que nos cercam”.
“Quantas vezes a minha família me incentivou, me aconselhou e até mesmo me implorou para não deixar os estudos, e eu simplesmente saía e dizia que eles queriam me ver sofrer.” – Disse a jovem arrependida.  Sua amiga enfatiza o fato de agora ela não ser somente ela, e sim uma família, que se deu vida na imaturidade, que foi construída sem nenhum pilar.
“Hoje eu poderia estar formada, com meus pais, meus amigos.” – Diz a jovem.
Hoje quando olho para o passado, e vejo a minha realidade, sinto uma enorme angústia, pois os meus pais já não me aceitam, o meu tempo de estudante já não volta ais; eu desperdicei a melhor oportunidade que a vida me ofereceu, como eu queria que ela batesse novamente em minha porta, mas vejo isso como algo impossível.
Quando vi que a conversa tinha acabado continuei caminhando. Quando cheguei à escola fiquei a refleti sobre tudo o que havia escutado, e percebi que aquela jovem estava muito arrependida por ter deixado de lado os seus estudos. Espero que ao amanhecer  todos possam compreender e agarrar as oportunidades que a vida nos oferta, pois reclamar sobre as dificuldades não resolverá a dor de amanhã.

Aparecida Suiane.


Era um dia de domingo, e eu estava na casa de uma amiga. Nós duas observávamos a rua pela janela do quarto. Ali parada olhando as pessoas que passavam, comecei a pensar na minha vida, se eu possuía amizades verdadeiras. De repente reparei que um casal estava discutindo no meio da rua, o homem começou a puxar o cabelo da mulher e ela gritava pedindo para que ele parasse. Coloquei-me no lugar daquela mulher, se eu realmente fosse ela, não deixaria aquilo acontecer. Mas quando a gente ama alguém não é fácil deixa-lo para traz, mesmo sabendo que ele não serve para você.
Minha amiga e eu ficamos muito abaladas, após presenciarmos aquela cena. Começamos a discutir sobre o mundo e chegamos a não conclusão que se todos se amassem, e não errassem o mundo seria um lugar bem melhor. Mas se aprender sem errar, é sofrendo e caindo que levantamos com mais força.

Aline Lauana

domingo, 15 de julho de 2012

CULTURA 26 FILMES PARA ASSISTIR COM SEU FILHO


O CINEMA É CAPAZ DE ALIMENTAR O INTELECTO COM DIVERSÃO

Todos podem se espelhar em exemplos do cinema para descobrir maneiras de aprender e ensinar melhor. Sem deixar de se divertir nem se emocionar. Como explica a professora de Cinema e vice-coordenadora da Cinemateca da PUC(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Verônica Ferreira Dias, um filme "é sempre algo atrativo, porque traz entretenimento e reflexão também". 

Para ela, quando a sétima arte retrata processos de aprendizado bem-sucedidos, é capaz de despertar o espírito crítico da sociedade. "As pessoas acabam repensando o sistema educacional, já que nem sempre têm paciência para ouvir discursos teóricos de especialistas". E Verônica não está sozinha. Arte-educador e doutor em Educação pela USP (Universidade de São Paulo), Marcos Ferreira dos Santos pensa de modo semelhante. "O cinema faz com que a gente tenha um 'olho privilegiado' e consigamos entrever coisas invisíveis em certas situações". 

Por outro lado, o professor tem suas ressalvas e não acredita que campeões de bilheteria sejam os mais indicados para falar sobre Ensino. "Blockbusters são direcionados demais para fins comerciais, não saem do lugar-comum, e por isso é difícil alguém acordar para a necessidade de aprender". Será? A professora da PUC acha que os chamados "filmes de arte" não conseguem atingir as massas e acabam sendo um esforço muitas vezes sem grandes resultados. 

"Algo como Legalmente Loira contesta o estereótipo da 'patricinha loira e burra', quando ela chega à Harvard e faz o público enxergar que o importante é o esforço pessoal", comenta Verônica. Clássico, cult ou popular, é sempre você quem decide. Conheça melhor abaixo os filmes selecionados pelo Educar que mostram como, de uma forma ou de outra, o importante é aprender uma lição para o resto da vida.

1. Dúvida
2. Ao Mestre com Carinho
3. Billy Elliot
4. O Céu de Outubro
5.  Escola do Rock
6.  Gênio Indomável
7. O Homem-Elefante
8.  Legalmente Loira 
9.  Mr. Holland: Adorável Professor
10. Pink Floyd: The Wall
11. Sociedade dos Poetas Mortos
12. A Cor Púrpura
13.O Sorriso de Monalisa 
14. Uma Mente Brilhante
15. O Clube do Imperador
16. Meu mestre, minha vida
17. Mentes que Brilham
18. A Onda
19. A Prova
20. Pro dia nascer feliz
21. Encontrando Forrester
22. Um Sonho Possível
23. Entre os Muros da Escola
24. O Preço do Desafio
25. Ser e ter
26. Elefante


educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/cinema-educacao-410695.shtml

II Seminário Nacional do ensino Médio


Maiores informações CLIQUE AQUI

sexta-feira, 13 de julho de 2012

PIBID de Pedagogia, Educação Física e Letras/espanhol do CAMEAM/UERN abre seleção para bolsistas

2. DOS CANDIDATOS
2.1. Poderão inscrever-se à seleção os alunos regularmente matriculados no semestre letivo de 2012.1
nos respectivos cursos, de modalidade Licenciatura, conforme explícito no item 1.4.
2.2. Critérios de caráter obrigatório (das condições de participação):
a) ser brasileiro ou possuir visto permanente no país;
b) estar em dia com as obrigações eleitorais;
c)  comprovar através de programação de estudo que é aluno do 3º, 4º, 5º ou 6º período do  curso
abrangido pelo PIBID/UERN;
d) apresentar rendimento acadêmico maior ou igual a 6,0 (seis) nas disciplinas cursadas;
e)  comprometer-se, no período de vigência da bolsa, a se dedicar exclusivamente às atividades do
PIBID, sem prejuízo de suas atividades discentes regulares.
2.3. Critérios de caráter classificatório (em ordem de importância):
a) apresentar rendimento acadêmico compatível com a Proposta Pedagógica do Curso de acordo com o
estabelecido no item 4.2.2;
b) ter cursado a maior parte do Ensino Básico em escolas públicas;
c) desempenho na entrevista. 3. DAS INSCRIÇÕES:
3.1.  Período:  As inscrições à seleção  de alunos de licenciatura para preenchimento de vagas  para
graduandos dos Cursos arrolados no item 1.4 deste Edital deverão ser efetuadas no período de 13 a 17
de julho de 2012.
3.2. Local: As inscrições deverão ser efetuadas através de formulário próprio, na Secretaria dos cursos
elencados neste Edital:  Letras/Português, Letras/Espanhol e Educação Física (Campus Central);
Letras/Espanhol, Pedagogia e Educação Física (Campus de Pau dos Ferros); História,
Letras/Português e Pedagogia (Campus de Assu).
3.3. Horário: As inscrições serão realizadas conforme o horário de funcionamento de cada curso.
3.4. Da documentação do candidato: No ato da inscrição, o candidato deverá apresentar os seguintes
documentos:
a) Formulário de inscrição devidamente preenchido;
b) Foto 3x4 recente;
c) Cópia do documento de identidade e CPF;
d) Cópia do comprovante de matrícula – semestre 2012.1;
e) Cópia do comprovante de quitação de voto na última eleição;
f) Histórico Escolar atualizado da Graduação
g) Histórico Escolar do Ensino Básico;
h) Curriculum acadêmico devidamente comprovado;
i) Comprovante de residência.

Para ter acesso ao edital completo CLIQUE AQUI

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Nova programação do I ENPRAD

O I ENPRAD que deveria ter ocorrido dos dias 23 à 25 de maio, mas devido a greve não houve possibilidade para a sua realização, teve sua nova programação marcada para os dias 4,5 e 6 de setembro na cidade de Mossoró, conforme cronograma de atividades a seguir;


DIA 04/setembro/2012 (Terça-feira)

8h às 17h
Local: Ginásio de Esportes da UERN
Credenciamento
18h
Apresentação Artístico-Cultural
18h30min
Solenidade de Abertura
19h
Local: Ginásio de Esportes da UERN
Conferência de Abertura
Os Processos de Ensino e Aprendizagem da Docência
Claudete Batista Cardoso (CAPES)
Prof. Dr. Jacques Therrién (UFC)
Coordenadora: Prof.ª Maria do Socorro Batista (UERN)

DIA 05/setembro/2012 (Quarta-feira)

7:30h às 11h
Local: Auditórios da FAFIC, FANAT, FE, FASSO, FAEF, FAD e FACEM; Salas de aulas
Sala de Experiências Didático-Pedagógicas
11h às 13h30min
ALMOÇO
13h30min às 17h
Local: Auditórios da FAFIC, FANAT, FE, FASSO, FAEF, FAD e FACEM; Salas de aulas
Sala de Comunicações
18h às 20h
Local: Ginásio de Esportes da UERN
Salão de Pôsteres

20h às 22h
Local: Ginásio de Esportes da UERN



Mesa Redonda: O Ensino com Pesquisa e a Pesquisa para o Ensino.
Prof.ª Maria Salonilde Ferreira (UFRN)
Prof.ª Lia Matos Brito de Albuquerque (UECE/CAPES)
Coord.: Prof. Josailton Fernandes de Mendonça (UERN)

DIA 06/setembro/2012 (Quinta-feira)

7:30h às 11h
Local: Auditórios da FAFIC, FANAT, FE, FASSO, FAEF, FAD e FACEM; Salas de aulas
Sala de Experiências Didático-Pedagógicas
11h às 13h30min
ALMOÇO

20h às 22h
Local: Ginásio de Esportes da UERN
Mesa Redonda: Possibilidades Formativas para o Estágio Curricular Supervisionado
Prof.ª Maria do Socorro Lucena Lima (UEC)
Prof.ª Maria da Salete Barboza de Farias (UFPB)
Coord.: Prof.ª Meyre-Ester Barbosa de Oliveira (UERN)
18h às 20h
Local: Ginásio de Esportes da UERN
Salão de Pôsteres

18:00 h

Encerramento
 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

RESULTADO FINAL SELEÇÃO BOLSISTAS PIBID/DL/CAMEAM/UERN

RESULTADO FINAL DA SELEÇÃO BOLSISTA/PIBID – LETRAS/PORTUGUÊS – DL/CAMEAM

NOME
MATRÍCULA
NOTAS
SITUAÇÃO
01
Maria Ismelry Diniz 
01000118-2
9,8
CONVOCADA
02
Sheila Viana Feitosa 
01000103-4
9,8
CONVOCADA
03
Talita Araújo Costa 
01100141-0
9,6
CONVOCADA
04
Ednilda Pereira de Oliveira 
01000729-6
9,3
CONVOCADA
05
Eliane Fabiana P. Queiroz 
01001562-0
9,2
CONVOCADA
06
Cristiana Abrantes Sarmento 
01000133-6
8,8
CONVOCADA
07
Antônia Cláudia de Lucena Freitas 
01001523-0
8,6
CONVOCADA
08
Francisco Elieudes S. de Queiroz
01001286-9
8,6
CONVOCADO
09
Joab Dias da Costa 
00901570-
7,9
CADASTRO DE RESERVA
10
Maria José da Silva    
01100359-6
7,6
CADASTRO DE RESERVA
11
Yuri Hícaro Diógenes M. Alvarenga 
00800875-2
7,6
CADASTRO DE RESERVA
12
Sueilton Junior Braz de Lima 
01100416-9
7,5
CADASTRO DE RESERVA
13
Maria Bonfim Gonçalves 
01100857-1
7,2
CADASTRO DE RESERVA
14
Maria Santana Soares de Andrade 
01101093-2
7,0
CADASTRO DE RESERVA

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Projeto de ampliação do PIBID/UERN é aprovado integralmente pela CAPES

Aprovação
A Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PROEG) informa que o Projeto de ampliação do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/UERN) foi aprovado integralmente pela CAPES, conforme resultado publicado no edital 011/2012.
A referida ampliação contempla nove subprojetos nas áreas de Pedagogia, História e Letras (Português) no Campus de Assu; Pedagogia, Letras (Espanhol) e Educação Física no Campus de Pau dos Ferros e Educação Física, Letras (Português) e Letras (Espanhol) no Campus Central.

Clique AQUI e veja a notícia sobre a seleção de alunos para vagas remanescentes no PIBID/UERN.
Fonte; Site da Uern

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Ariano Suassuna: "Todo professor deve ter um pouco de ator"

Ariano Suassuna. Foto: Eduardo Queiroga
Ariano Suassuna

Ao completar 80 anos no dia 16 de junho, o romancista, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna - está cheio de planos. Em janeiro, ele assumiu a Secretaria da Cultura de Pernambuco - seu terceiro cargo público -, prometendo continuar na defesa da cultura popular brasileira, que apóia como poucos.

Dessa vez, Ariano se empenha para colocar em prática o projeto batizado de A Onça Malhada, a Favela e o Arraial. Trata-se de uma iniciativa que vai levar para os quatro cantos do estado (das periferias das cidades aos rincões do sertão) suas célebres aulas-espetáculo, palestras que há anos fascinam os brasileiros. Se o escritor já lota os auditórios por onde passa, agora ele pretende convidar o povo simples, "do Brasil real", para o escutar embaixo de uma lona de circo, acompanhado de bailarinos e músicos. "Sou um pouco ator, como todo professor deve ser", justifica o "pai" de Chicó e João Grilo, personagens de sua mais célebre obra, o Auto da Compadecida.

Formado em direito e filosofia, ele lecionou durante 32 anos na Universidade Federal de Pernambuco. Em 1999, assumiu a cadeira de número 32 da Academia Brasileira de Letras e, em 2002, foi homenageado pela escola de samba carioca Império Serrano. "Não vi diferença entre as duas honrarias", afirma. Nesta entrevista, concedida à NOVA ESCOLA no seu casarão do século 19, localizado às margens do rio Capiberibe, no Recife, o criador de histórias como O Santo e A Porca, entre tantas outras que têm o Nordeste como inspiração, fala como se tornou um grande leitor e escritor, comenta a situação da Educação brasileira e diz quais são as estratégias que usa para dar boas aulas desde os 17 anos.

Com quantos anos o senhor aprendeu a ler?
Ariano Suassuna: Antes de entrar para a escola, aos 7 anos, orientado pela minha mãe e por uma tia, lá no sertão de Taperoá, na Paraíba. Hoje isso é muito raro, pois as mulheres têm de trabalhar fora, não é?

O hábito da leitura vem dessa mesma época?
Suassuna: Eu não tenho o hábito da leitura. Eu tenho a paixão da leitura. O livro sempre foi para mim uma fonte de encantamento. Eu leio com prazer, leio com alegria. O meu pai, que perdi aos 3 anos de idade, deixou de herança para nós uma biblioteca fabulosa para os padrões do sertão naquela época. Tinha de tudo. Ibsen, Dostoiévski, Cervantes, Machado de Assis, Euclides da Cunha. Meus tios também viviam comprando livros em Campina Grande para eu ler. Era Eça de Queiroz, Guerra Junqueira e um título do qual me lembro muito, Dodinho, de José Lins do Rego.

Como começou a escrever?
Suassuna: Certo dia, eu tive uma prova de Geografia e não sabia nada. Então, resolvi dar as respostas por meio de versos. O professor quis saber quem era aquele aluno e, em vez de me dar uma bronca, me elogiou. Dias depois, ele deu um jeito de publicar no Jornal do Commercio, aqui, do Recife, um de meus poemas que havia mostrado a ele. Em 1947, eu e outro colega fundamos o Teatro do Estudante de Pernambuco, que encenava peças de nossa autoria. Nesse mesmo ano, escrevi Uma Mulher Vestida de Sol e não parei mais.

No que está trabalhando agora?
Suassuna: Estou concluindo o Romance d’A Pedra do Reino, lançado em 1971. Estou devendo isso aos meus leitores desde 1981.

O senhor usa o computador para escrever?
Suassuna: Jamais! Escrevo tudo a mão. Minha letra é muito bonita. Acho que a única função do computador foi aposentar as máquinas de datilografia, que já usei um dia. O meu genro é quem lê os originais e depois passa para o computador.

A popularização de sua obra literária se deve muito à TV. Como ela pode se tornar um aliado do professor no fomento à paixão pela leitura?
Suassuna: A TV é um meio de comunicação no qual a oralidade predomina. Se o professor escolher boas adaptações, como a que Guel Arraes fez de O Coronel e o Lobisomem, do meu amigo José Cândido de Carvalho, exibir para os alunos e depois facilitar o acesso ao livro, eu duvido que eles não se interessem. Mas é preciso lembrar de fazer o aluno participar da aula, como se fosse um ator!

Essa era sua estratégia em sala de aula quando lecionava?
Suassuna: Eu sou professor desde os 17 anos. Sempre fui criativo. Uma das coisas de que fazia muita questão é que meus alunos não se entediassem. Acho que todo professor tem de ter alguma coisa de ator, senão ele não terá sucesso. Sendo somente um expositor de idéias, dificilmente ele chamará a atenção dos estudantes.

Como era seu método de avaliação?
Suassuna: Na universidade, minhas provas não eram difíceis e nunca reprovei por faltas. Eu não queria que os alunos fossem à aula por obrigação. Fazia questão de nunca fazer chamada e também passava trabalhos que estivessem de acordo com o nível de aprendizado deles.

Suas aulas-espetáculo, que já encantaram tantas pessoas Brasil afora, são planejadas?
Suassuna: Não. Eu tenho um certo dom de improviso e ele nunca me faltou. Uma vez, um colega me provocou por causa disso e eu recorri a uma estrofe de um cantador de repentes que eu conhecia para dar a resposta. Ela diz assim: "Para brigar de tiro e faca/ não sirvo/ não presto não./ Mas solto assim sobre um palco/com um microfone na mão./ Eu sou onça matadeira/ sou tigre bravo e leão". Ele ficou com tanto medo de mim que se encolheu todo.

Hoje muitos professores promovem rodas de conversa com as crianças. O que o senhor pensa dessa prática?
Suassuna: Acho ótimo! Não tem nada melhor do que desenvolver a oralidade desde cedo. Eu, muito antes de saber ler, já recitava de cor muitos versos de cordel e acompanhava as cantorias de viola em Taperoá, para onde volto sempre. No sertão, a gente fala muito e foi justamente desse falatório todo que tirei inspiração para os meus livros.

O senhor é um crítico ferrenho do chamado "lixo cultural" que os Estados Unidos tentam impor ao resto do mundo. Quando isso começou aqui no Brasil?
Suassuna: Na época da Segunda Guerra. Natal e Recife se tornaram bases aéreas e navais importantes para os Estados Unidos e se encheram de americanos. Dizem que lá em Natal um sertanejo analfabeto pegou um táxi e foi dar uma volta pela cidade. E aí ele viu uma placa com as expressões "Stop" e "Pare". Sem saber ler, perguntou ao motorista o que significava. Este, já tão colonizado pelos americanos, respondeu: "‘Stop’, que está em cima, significa pare. Embaixo está escrito ‘peire’, mas eu não sei o que significa, não". Quer dizer: o chofer nem sabia mais ler em português. (risos)

Qual sua prioridade na Secretaria de Cultura?
Suassuna: É o projeto A Onça Malhada, a Favela e o Arraial, que vai percorrer Pernambuco levando dança, teatro, música, canto e literatura ao público. As apresentações acontecerão em um circo itinerante. O nome do projeto, eu explico de trás para a frente. O arraial é uma homenagem a Canudos, o episódio mais significativo da história brasileira. Já a favela é por que lá moram os que também precisam de cultura, como eu e você. Quanto ao fato de a onça ser malhada, trata-se de um mea-culpa que fiz sobre o jeito como classificava o povo brasileiro.

Que jeito era esse?
Suassuna: Eu tinha aprendido com Euclides da Cunha que nós éramos pardos. Gilberto Freyre, por sua vez, dizia que éramos morenos. Até que no censo de 1980 voltou a pergunta sobre a cor das pessoas. Deu uma polêmica danada. Vieram me ouvir e eu dizia que todo brasileiro era mestiço, influenciado por Sylvio Romero. Quando a dúvida ficou insuportável, só uma frase do padre Vieira me salvou. Ele diz: "Quem quiser acertar em história, em política ou em sociologia deve consultar as entranhas dos sacrificados".

E o que o senhor fez?
Suassuna: Deixei de ouvir todos e até a mim mesmo e fui consultar o movimento negro do Recife. Me disseram que todos esses termos (pardos, morenos, mestiços) atrapalhavam a vida e eles só queriam ser vistos como negros, simplesmente. Por isso eu passei a não representar mais o povo brasileiro pela onça castanha, a mestiça, e sim pela malhada, aquela que tem as cores misturadas e, de certa forma, representa todas as nossas tonalidades de pele.

Então, ao escrever o Auto da Compadecida, em 1955, o senhor ainda não tinha consciência do problema racial brasileiro?
Suassuna: Isso mesmo. Tanto que na primeira versão o Cristo era branco. A mudança na cor da pele foi um momento de indignação meu motivado pelo comportamento dos americanos. Tinha visto na revista Life a foto e a notícia de um comício contra a inclusão das primeiras crianças negras nas escolas brancas dos Estados Unidos. Em primeiro plano na foto tinha uma mulher segurando um cartaz que dizia: "Deus foi o primeiro segregacionista ao criar raças diferentes". Atribuir a Deus uma coisa tão odiosa quanto o racismo me deu uma raiva tão grande que na mesma hora mudei o texto e transformei o Cristo num negro.

Qual a diferença entre ter virado imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1999, e ser homenageado pela escola de samba carioca Império Serrano três anos depois?
Suassuna: Absolutamente nenhuma. Cada uma teve seu lado negativo e positivo. Os rituais da academia são um pouco burocratizados, mas fiquei honrado de pertencer à mesma instituição do meu grande mestre, Euclides da Cunha. Já a escola de samba tem muita coisa massificada. No dia em que recebi o titulo de doutor honoris causa da Univesidade Federal do Rio de Janeiro, a Império Serrano levou para a cerimônia uma parte da bateria, o mestre-sala, a porta-bandeira e uma ala de meninas e outra de baianas velhas, negras e lindas. Esse povo começou a tocar e a dançar em minha homenagem e beijava o estandarte da escola com uma paixão tão grande que pensei: da mesma forma que fui para a posse da Academia eu tenho de ir ao desfile na Marquês de Sapucaí. E foi aquilo...

No seu discurso de posse na ABL, por sinal, o senhor desenganou os pretendentes à sua cadeira dizendo que decidira não morrer nunca. Ao completar 80 anos, essa promessa se mantém?
Suassuna: Sim. Você ainda vai me entrevistar quando eu tiver 160 anos. Isso se você tomar algumas providências.